ARTE EM TABOA

Empresas do Vale novembro 21, 2021 Nenhum comentário

ARTE EM TABOA

ARTE EM TABOA

Matéria realizada na edição nº 17 – periodicidade agosto/setembro/2007, por José Carlos Reis de Souza, diretor, editor e Jornalista da REVISTA EMPRESAS DO VALE – NEGÓCIOS & TURISMO

Para que nós pudéssemos realizar esta matéria no dia 04/07/2007,  deslocamos nossa equipe  saindo de Taubaté até a cidade de Queluz, a última cidade do Vale Histórico, localizada na divisa entre São Paulo e Rio de Janeiro. Chegando à aconchegante e agradável cidade, cercada pela Serra da Mantiqueira, onde estivemos na Sociedade Amigos da Pedra da Mina (Soapedra) juntamente com a historiadora Marina, ex-professora da UNITAU, e fomos recebidos por seus responsáveis: Srs. João Carlos Passaes, conhecido por Nego (Gestor Operacional) e Rutnei Morato Erica (Gestor Administrativo da ONG). Partimos para a fazenda onde está localizado o espaço de produção das peças de taboa e podemos conhecer todo o processo, desde o corte da planta no brejo até o final da execução dos artefatos. Durante nossa permanência degustamos uma ótima comida caseira preparada pela Sra. Josefa, proprietária da fazenda, e conhecemos os artesãos (as) Izabel, Elza e Leandro. A Sociedade tem o compromisso social de dar cursos de artesanato em fibra de taboa, o que acaba capacitando novos artesãos e gerando desenvolvimento sustentável da região. A taboa (planta ou folha) com características da cana-de-açúcar, encontrada em lugares úmidos, lagoas e beiras de rios na região do Vale do Paraíba, é extraída para a confecção de abajures, lustres, cestas, caixas, bolsas, e de fácil regeneração. Após a poda das folhas, cresce mais forte e chega a dois metros de altura, seu pendão serve para enchimento de travesseiros, almofadas, etc. A planta deve ser cortada rente à raiz ou bem no pé da folhagem, é preciso ter o cuidado de não amassá-la para não prejudicar o trabalho artesanal. Devem ser amarrados feixes para não estragar suas folhas que, posteriormente, são espalhadas em local limpo ou em cima de lonas ou plásticos para a secagem ao sol, que dura aproximadamente de cinco a doze dias, dependendo do tempo. Durante este processo a taboa não pode molhar para não enferrujar ou embolorar. Depois de separadas, encontramos as primeiras folhas grossas e fortes, que são usadas para fazer o fundo das peças, e as demais folhas finas e macias utilizadas para o cochadinho ou para o trançado. Os feixes, já selecionados, devem ser colocados em local protegido do sol e da chuva, podendo ser guardados por seis meses a um ano. Quando se usa taboa para a produção de um artefato deve-se cortar o pé, isto é, a parte mais grossa, que será umedecida para facilitar o manuseio, e servirá de base da peça. As rebarbas, nas partes mais largas da taboa, são retiradas e deve-se passar a tesoura para retirar o ar. Para a confecção deve-se utilizar um molde, que pode ser de madeira, ou o objeto que será moldado (vidro, travessa, entre outros).

 

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