FAZENDA DE CAMARÕES EM TAUBATÉ (SP)

Empresas do Vale janeiro 21, 2019 Nenhum comentário

TAUBATÉ TEM A PRIMEIRA CARCINICULTURA – CRIADOURO DE CAMARÕES MARINHOS EM CATIVEIRO

Por: José Carlos Reis de Souza

Diretor, editor e jornalista da Revista Empresas do Vale – Negócios & Turismo

 

A criação de camarões marinhos em cativeiro está ganhando cada vez mais popularidade no Brasil. Apesar do camarão ser um prato muito apreciado, a criação desse crustáceo é uma atividade que está em expansão pelo país. Com o crescimento da demanda mundial por alimentos de alto valor nutritivo, saudável e disponível no mercado a preço acessível, é um comércio que pode ser lucrativo também para quem pensa em exportar, pois o crustáceo brasileiro é um dos mais requisitados no mercado interno e externo, seja para degustação caseira, bares e restaurantes. O Rio Grande do Norte é considerado o berço da carcinicultura, uma técnica de criação de camarões em viveiros, que começou de forma oprimida e embrionária nos anos de 1980. Hoje, constituída em escala industrial em vários estados do Brasil, desde a Região Norte ao Sul do país. A prática  da criação em cativeiro tornou-se uma alternativa viável, tanto do ponto de vista alimentar quanto de negócio, principalmente para pequenos produtores rurais. Aparentemente simples, mas sofisticada do ponto de vista técnico e ambiental, foram desenvolvidas e aprimoradas pelos carcinicultores brasileiros. Essas inovações nas indústrias, permitiram posicionar o Brasil como líder mundial em produtividade de camarão, incluindo o país no ranking dos 10 maiores produtores de camarões cultivado em cativeiro do mundo. A cidade de Taubaté (SP) também está entre os carcinicultores: dois empresários tiveram a ousadia e montaram uma estrutura  em um terreno distante a 100 km do mar, um desafio promissor e um trabalho que vai de vento em popa.

• A “Revista Empresas do Vale – Negócios & Turismo” visitou o criadouro de camarões marinhos em cativeiro e conheceu o processo e manejo sustentável com técnicas de mínimo impacto ambiental sobre os elementos da natureza. Tivemos a oportunidade de conversar com o biólogo Dalton Nielsen, que nos proporcionou uma aula sobre a carcinicultura.

ENTREVISTA COM BIÓLOGO DALTON NIELSEN 

A mais ou menos três anos tomei conhecimento da carcinicultura, uma técnica de criação de camarões em viveiros, e como biólogo, estou sempre em contato com as novidades que surgem, principalmente na área de zoologia. Durante três anos comecei a estudar como era possível adaptar essa tecnologia que veio de fora do Brasil  para a nossa região, e por residir em Taubaté, resolvi adaptar em nossa cidade. É uma tecnologia que permite a criação de camarões marinhos longe do mar, inclusive já existem fazendas sendo instaladas em Minas Gerais e Brasília. A nossa é a primeira a ser instalada no Vale do Paraíba, e que traz novidades tecnológicas de adaptação muito grande. Para que possamos entrar em processo de criação do camarão, compramos no Rio Grande do Norte as “pós lavras” e colocamos em um berçário, onde permanecem em torno de 40 a 45 dias e crescem nesse período  em torno de 1grama e meia. Em seguida, passamos para o tanque de engorda, em que vão atingir o peso de 20 gr. Nosso sistema é considerado perfeitamente apropriado, pois, toda a nossa água não é descartada, ao contrário das grandes fazendas do nordeste que captam a água do mar eutrofizam (é o crescimento excessivo de plantas aquáticas, para níveis que afetem a utilização normal e desejável da água.) e depois devolvem ao mar. O nosso sistema é o contrário, não descartamos a água porque precisamos dela nas condições em que ela encontra-se para os próximos ciclos de criações. Além disso, produzimos uma quantidade de proteína com menor quantidade de água  dentro da estufa, evitando a invasão de qualquer tipo de enfermidade no nosso criatório. Cada tanque foi projetado para produzir a cada 45 dias  em torno de uma tonelada, e futuramente esperamos atingir duas toneladas.

Local da fazenda: Estrada dos Remédios, 202 – Granjas Rurais Reunidas

Contato: dnielsen@uol.com.br / WhatsApp: (12) 99185-0684