ENTREVISTA COM BERNARDINHO, EX-TÉCNICO DA SELEÇÃO BRASILEIRA MASCULINA DE VÔLEI
Empresas do Vale janeiro 21, 2019 Nenhum comentário
ENTREVISTA COM BERNARDINHO, EX-TÉCNICO DA SELEÇÃO BRASILEIRA MASCULINA DE VÔLEI
Por: José Carlos Reis de Souza
Diretor, editor e jornalista da Revista Empresas do Vale – Negócios & Turismo
Nome: Bernardo Rocha de Rezende (Bernardinho)
Natural: Rio de Janeiro / Nascimento: 25/08/1959
Ex- jogador e ex-treinador de voleibol, economista e empresário
Bernardo Rocha de Rezende, mais conhecido como “Bernardinho”, ex-jogador e ex-técnico da seleção brasileira de vôlei, que durante a sua trajetória profissional, marcou uma era no vôlei brasileiro. Jogou vôlei de 1979 até 1986, defendendo times do Rio de Janeiro (Fluminense, Flamengo, Vasco e Boavista) e na seleção brasileira como levantador. Foi vice-campeão olímpico em Los Angeles/1984, tri-campeão sul-americano e campeão pan-americano. Em 1988 encerrou suas atividades em quadra para dar início à carreira de treinador, passando a ser assistente técnico da seleção brasileira masculina sob o comando de Bebeto de Freitas, nas Olimpíadas de Seul. Em 1994, assumiu o comando como técnico da seleção brasileira de vôlei feminina. A partir de 2001, aceita o desafio de comandar a seleção brasileira masculina, conquistando uma série de campeonatos. Sempre inegável na cobrança de resultados de seus comandados durante os treinos para atingir o máximo da perfeição, e nos jogos fica tenso, com adrenalina no máximo, exigindo resultado de seus jogadores. Em seu currículo deixou a seleção brasileira com um grande legado de conquistas. Com a seleção brasileira feminina, conquistou dois bronzes: Atlanta/1996 e Sydney/2000 e três Grand Prix: Xangai/1994/1996 e Hong Kong/1998. Com a seleção masculina em quatro Olimpíadas, conquistou: ouro em Atenas/2004 e Rio/2016, prata em Pequim/2008 e Londres/2012. E nas Copas do Mundo, conquistou ouro no Japão/2003/2007 e prata no Japão/2011. Nos Campeonatos Mundiais, conquistou: Argentina/2002, Japão/2006 e Itália/2010. Além de oito Ligas Mundiais (2001, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2009 e 2010). Bernardinho! Além de técnico, empresário em várias frentes de negócios distintas, palestrante e autor dos livros: Transformando suor em ouro e Cartas a um jovem atleta – determinação e talento: o Caminho da Vitória.
- Conversamos nas dependências do San Michel Hotel Convention & Spa em Taubaté, com Bernardo Rocha de Rezende (Bernardinho) sobre sua trajetória como treinador da seleção brasileira de vôlei feminina e masculina.
R.E.V. – Gostaríamos que você falasse sobre a geração de prata e a geração de 90?
Bernardinho – A geração de prata foi desbravadora e muito importante, porque na década de 1970/1980, não se vivia financeiramente do voleibol. Um líder foi o transformador e acreditou em profissionalizar o sistema, criar condições para que as pessoas se dedicassem aquela atividade e dessem condições exclusivamente ou quase. Foi a geração de prata que plantou um sistema de trabalho, teve início de um planejamento e pensar no futuro através da profissionalização do sistema e abertura do mercado internacional. E assim, começamos ir para fora do país e viver as nossas lacunas. Depois veio a geração de 1990, que inspirada naquela geração, conquistou no dia 09/08/1992 em Barcelona a primeira medalha de ouro masculina de voleibol, ob o comando do técnico José Roberto Guimarães.
R.E.V. – O que levou você, após 15 anos no comandando a seleção brasileira de vôlei, deixar de ser o técnico?
Bernardinho – A minha saída da seleção brasileira foi tomada em conjunto dentro de casa, entre minha pessoa a Fernanda, e meus irmãos, quando completei 57 anos. Além do desgaste natural de muitos anos, estava precisando dar mais atenção à família, ficar mais perto das minhas filhas e cuidar do meu pai. Em 2014 tomei um susto quando retirei um tumor maligno dos rins, e depois do que aconteceu com meu amigo e técnico da seleção de canoagem, Jesús Morlán, que passou mal na cidade que serve de base para o treinamento dos atletas, e descobriu que tinha um tumor no cérebro, passando por uma cirurgia para extração do mesmo.
R.E.V. – Você recebeu muitos elogios dos jogadores, torcedores e imprensa, ao saberem de sua saída da seleção brasileira masculina de vôlei?
Bernardinho – Na realidade ao longo desses anos como técnico da seleção brasileira, todos os torcedores e imprensa foram muitos gentis e generosos com a minha pessoa. Deram-me centenas de vezes a presença de estarem prestigiando o nosso trabalho em quadra, é uma coisa comovente, que só tenho que agradecer pelo resto da minha vida.
R.E.V. – Quando você deixou a seleção brasileira, houveram convites para trabalhar em outras áreas empresariais ou política?
Bernardinho – Com certeza! Após o meu desligamento da seleção brasileira, surgiram vários convites interessantes, alguns financeiramente, outros com o propósito de educação e esporte.
R.E.V. – Para finalizar! O que você poderia falar sobre o seu substituto Renan Dal Zotto, como o novo técnico da seleção masculina de vôlei?
Bernardinho – Conheço o Renan e somos amigos. É um grande técnico, tem competência, é carismático e inteligente. Eu havia preparado o meu sucessor, criando expectativa no Rubinho, porém, a escolha é da Confederação Brasileira de Vôlei. Mas o Renan é dirigente, está próximo da gente, tem o nosso DNA e todo o nosso apoio. Está fazendo um grande trabalho, e a seleção vai continuar brilhando, é o que importa.
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