ALAMBIQUE PÉ DA SERRA – GUARATINGUETÁ (SP)

Empresas do Vale janeiro 24, 2019 Nenhum comentário

ALAMBIQUE PÉ DA SERRA – GUARATINGUETÁ (SP)

ALAMBIQUE PÉ DA SERRA

(*) Matéria exibida na edição n° 19, periodicidade dez/jan/2008

 

Por: José Carlos Reis de Souza

Diretor, editor e jornalista da Revista Empresas do Vale – Negócios & Turismo

 

Local: Guaratinguetá – SP

Estrada da Pedrinha – entrada Km 11

Tel: (12) 3133-9755 Cel: (12) 8154-0052

E-mail: sitio_recantofeliz@yahoo.com.br

 

A Revista Empresas do Vale – Negócios & Turismo, visitou um dos pontos turísticos de Pindamonhangaba, a destilaria “Alambique Pé da Serra”, de propriedade do empresário Luiz Roberto Carroci, natural de Araras – SP. 54 anos, formado como técnico mecânico pela ETPEP (Escola Técnica Prof. Everardo Passos) de São José dos Campos,  formado em engenharia mecânica pela UNEP de Guaratinguetá, fez mestrado e doutorado pela UNICAMP e doutorado pela Universidade de Lafo (Inglaterra), é professor atuante na área de engenharia mecânica, especialmente na área de térmica e fluidos na UNEP, orienta mestrados e doutorados e iniciação cientifica. Nas horas vagas, cuida da produção de cachaça, licores e compotas em sua propriedade. Aproveitamos a oportunidade para saber um pouco de sua história.

ENTREVISTA

E.V. – Como foi que surgiu a brilhante ideia de ter um alambique?

L.R.A história já vem de uma data longínqua, meus avós juntos a outros compatriotas da Itália  chegaram ao Brasil como imigrantes italianos e foram trabalhar nas propriedades rurais de grandes fazendas e sítios. Eu não escapei à regra pela minha origem de descendente de italiano, nascido e criado na roça na região de Araras – SP, fui crescendo e acompanhando o meu pai movimentado as máquinas  na lavoura, o moinho de fubá etc.., esses procedimentos aos pouco foi ficando nítido em minha mente e o meu desejo pessoal de um dia ter um sítio, e foi  exatamente que aconteceu,  consegui comprar o meu e trabalho até aos dias de hoje.

E.V. – Quando foi que você começou a trabalhar destilando a cachaça? 

L.R. – Acho muito importante, interessante e bonito o funcionamento dos equipamentos que fabricam estes produtos e é por isso que eu gosto dos subprodutos da cana-de-açúcar, como: melaço, rapadura, açúcar mascavo e a cachaça. Foi na década de oitenta na cidade de Araras – SP,  que juntamente com meu irmão demos inicio, meu pai ainda era vivo, nesta época eu fazia doutorado na UNICAMP, porém após a minha formatura eu tive que voltar  para a faculdade entrando na UNESP como professor universitário de engenhara e continuo lecionando até hoje. Depois tive que mudar para o Vale do Paraíba e parte dos equipamentos de nosso alambique foram transferidos para a cidade de Guaratinguetá – SP e  por volta de  1990 eu dei início às nossas instalações e cinco ou seis anos depois começamos a produção de cachaça na cidade de Guaratinguetá onde estamos até hoje.

E.V. – Como você divisa a aceitação de sua cachaça na cidade de Guaratinguetá e cidades vizinha

L.R. – Como somos uma pequena empresa, ainda não temos ?uma divulgação comercial publicitária nem um site oficializado, mas a nossa divulgação forte é a boca a boca, por outro lado participamos ativamente de feiras agropecuárias e festivais como a do vinho e o das frutas e outras na região. A cachaça Pé da Serra está tendo uma grande penetração no Rio de Janeiro, São Paulo e de pessoas que vem do Sul para visitar nossa cidade, como Curitiba e Florianópolis, e chegam até a nossa propriedade para a compra de nossos produtos, para nós já é uma boa aceitação.

E.V. – Qual o segredo para obter um produto de alta qualidade como a cachaça?

L.R. – Não existe segredo, na realidade a nossa produção é pequena e artesanal, sem uso de produtos químicos, a plantação de cana-de-açúcar é orgânica com adubação verde e cultivada em nosso próprio sitio, a cana-de-açúcar é colhida com muito cuidado, limpa  e moída, o caldo da cana vai para o processo de fermentação  onde nós usamos a fermentação caipira, que é o fermento que vem da própria garapa e é alimentada com farelo de arroz e fubá, e quando ela pede meio ácida nós usamos o limão cravo ou limão rosa que é o processo extremamente artesanal, o próximo passo é a destilação em alambique moderno de cobre e que melhora muito a qualidade da cachaça, depois o produto vai para os tonéis de aço inox onde é feito à homogeneização da cachaça no período de 60 a 90 dias, após esta temporada ela é transferida para os tonéis de madeira tipos “pinho brasileiro e carvalho inglês” onde  permanecerá durante seis anos para envelhecimento até atingir o ponto ideal, em seguida ela é engarrafada  para consumo. A cana-de-açúcar que vem se dando bem na região é a cana 7515.

E.V. – Além da produção da cachaça, você tem outros tipos de produtos artesanais que são processados em seu sitio?

L.R. – Perfeitamente, paralelamente ao seguimento da cachaça nós temos outros tipos de bebidas, são os licores digestivos após refeição. Esses licores são fabricados de maneira artesanal de tal forma que somente são fabricados de acordo com as frutas da  época do ano onde elas afloram em nosso sitio, seguindo o mesmo processo, tudo orgânico e natural sem  nenhum conservante. Também fabricamos as compotas (doces) com frutas da época. Nós estamos instalando os novos equipamentos para a próxima safra, nós vamos entrar com a produção de açúcar mascavo,  rapadura e melaço que são outros  produtos que derivam da cana-de-açúcar.

E.V. – Para encerrar a nossa entrevista: quais as pretensões que você tem para o futuro neste seguimento? 

L.R. – O nosso cuidado principal e primordial em nossa produção é que sempre saia um produto de primeiríssima qualidade, e graças a Deus o nosso produto tem sido bem aceito junto aos apreciadores. Quanto as nossas pretensões, nós temos duas, a  primeira é de tentar provar que uma agroindústria pequena quase que em uma escala familiar, que polui menos e pode   gerar empregos para os homens do campo com sustentabilidade e responsabilidade social. Um exemplo é os meus caseiros que estão em nossa propriedade há quase quinze anos e são felizes. Uma produção pequena não agride o meio ambiente  e você tem um controle total, a segunda proposta é fazer tudo com material reciclado, em nosso sito a indústria a casa e o barracão foram  construídos com o material reciclado.

 

 

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