CURURU E SIRIRI – EXPRESSÕES DA CULTURA POPULAR MATO-GROSSENSE

Empresas do Vale junho 11, 2019 Nenhum comentário

CURURU E SIRIRI – EXPRESSÕES DA CULTURA POPULAR MATO-GROSSENSE

CURURU E SIRIRI – EXPRESSÕES DA CULTURA POPULAR MATO-GROSSENSE
 Matéria realizada na edição nº 57, periodicidade abril / maio / 2014
Por: José Carlos Reis de Souza
Diretor, editor e jornalista da Revista Empresas do Vale – Negócios & Turismo 

Após um dia exaustivo, nossa equipe de reportagem não se conteve, à noite partimos para a Festa de São Sebastião que estava sendo realizada na própria Paróquia, no Jardim Paula I – Várzea Grande (MT). Chegamos exatamente na hora do levantamento do mastro, onde diversas pessoas empunhavam violas de cocho em cantoria ao santo homenageado, era o famoso CURURU. Em outro espaço permaneciam centenas de pessoas aguardando o “Grupo de Dança Flor Ribeirinha” para apresentar o show do SIRIRI. Mas vamos entender o que é CURURU e SIRIRI:
CURURU: é um ritmo tocado somente por homens que se vestem elegantemente, com improvisações e repentes elaborados na hora, é o desafio trovado ao som de violas de cocho. É o canto primordial do folclore de Mato Grosso, somente homens participam da cantoria. Segundo contam os “mestres”: no passado, os versos eram feitos, entre outras coisas, para conquistar mulheres. O ritmo se apresenta em roda e, ainda hoje, mantém a característica de desafio, em letras que exaltam as belezas naturais da região, como a Chapada dos Guimarães, a fauna e flora do Pantanal, além de temas religiosos.
SIRIRI: nasceu do espírito alegre e festivo do povo simples que não encontrou dificuldades em reunir gente suficiente para formar uma roda, onde poderiam cantar e dançar homens e mulheres, sem limites de idade. A música, acompanhada da viola de cocho, ganzá (conhecido como reco-reco) e o mocho (espécie de banco de madeira com assento feito de couro cru), que fala das coisas da vida de forma simples e alegre. Na dança, as meninas e mulheres mexem as longas e coloridas saias (com estampas florais) e bate os pés descalços no chão, um ritual que serve para tirar o mau espírito. Essas duas manifestações folclóricas típicas da região pantaneira poderiam ter sido extintas se não fosse à dedicação de gerações, em passar para frente os versos, passos e sequências que fazem parte da cultura popular de Mato Grosso. Tradições seculares de origem indígenas e, populares nas zonas rurais e ribeirinhas. O Cururu e o Siriri não foram registrados em livros ou em museus. Eles constituíram passando de geração para geração, de pai para filho, e devem sua sobrevivência à tradição oral. Até hoje, há pouca bibliografia sobre o assunto e, os estudos que existem se fundamentam normalmente nos relatos e na memória de algumas pessoas notáveis, dos 50 a 90 anos de idade, que contribuem para manter a tradição viva. Dona Domingas Eleonor da Silva, uma lenda viva da dança popular mato-grossense. Segundo ela: “sou uma das mães do Siriri”, auto se define a cuiabana, que há 53 anos ajuda a resgatar o folclore da região. Nascida na comunidade ribeirinha de São Gonçalo Beira Rio, região onde surgiu a cidade de Cuiabá. Foi à primeira mulher de Mato Grosso a tocar o tamborim, e ganhou fama por enfrentar de igual para igual os cururueiros em roda. Assim como as escolas de samba no Carnaval. Os grupos de Siriri ensaiam o ano inteiro, para que no mês de agosto do folclore mato-grossense, possam se apresentar no festival em Cuiabá. Nos meses que antecedem o evento, eles se reúnem de duas a três vezes por semana para o treino. 

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