FAZENDA DO PARAÍZO
Empresas do Vale outubro 15, 2019 Nenhum comentário

FAZENDA DO PARAÍZO
Matéria realizada na edição nº 75 – periodicidade, abril / maio / 2017
Pelo: jornalista José Carlos Reis de Souza
Diretor e editor da Revista Empresas do Vale – Negócios & Turismo.
Durante o século XIX, a região do Estado do Rio de Janeiro conhecida como “Vale do Café”, foi responsável por mais de 75% do café consumido no mundo. Nestes arredores existem diversas fazendas históricas que outrora foram às principais produtoras de grãos de café. Dentre elas está a “Fazenda do Paraizo”, (Paraizo com “z”). Localizada no município Vale das Flores, região Sul Fluminense a 170 km do Rio de Janeiro, na divisa do Estado de Minas Gerais, próximo a cidade de Valença (RJ). Edificada entre 1845 e 1853 pelo Visconde de Rio Preto, e conserva sua originalidade estrutural até os dias atuais. Em 1912 a fazenda foi comercializada para a família Belford Arantes. Porém, desde 1956 não cultiva mais café, mas opera na criação de gado para corte e leite. A sede da fazenda tem mais de 2.200 m², 58 cômodos e 99 janelas. As paredes são cobertas de pinturas artísticas que utilizam a técnica da conservação de pintura mural decorativa: faux-marbre (imitação de madeira e mármore) e Trompe-l’oeil (técnica artística que, com truques de perspectiva, cria uma ilusão ótica que faz com que formas de duas dimensões aparentem possuir três dimensões). Outro detalhe: são as cantarias (blocos talhados de rochas brutas) aplicadas nas calçadas, esquadrias das portas, janelas e rodapés. A casa é dividida em quatro alas: três continuam abertas à visitação pública, e outra, com dez quartos e apenas um banheiro pertencente à família proprietária. Na parte térrea, encontram-se a ala comercial: o gabinete de trabalho e as salas de espera aonde o Visconde de Rio Preto (Domingos Custódio Guimarães) trabalhava , quando chegavam comerciantes para negociar o café, estando à vista os retratos a óleo de D. Pedro II e da imperatriz Teresa Cristina. Além de seis alcovas (quartos simples sem janelas), onde comerciantes de fora pernoitavam. Nesse mesmo piso encontram-se a ala de serviço, dispensa e copa-cozinha (onde seus moradores preparam suas refeições no mesmo fogão a lenha escocês da época da construção da casa) e quartos de engomar e costura. A entrada da fazenda é recompensada por lindas palmeiras imperiais, e recebe visitas de grupos que são monitoradas por guias preparados profissionalmente, que contam a história de um dos barões do café, retratando um pouco de um passado não tão distante: mostrando o engenho com seu maquinário original importado de Nova York em 1866, que beneficiava o café vindo dos quatros terreiros, sendo dois com piso de pedra e dois de terra. Conhecem outras dependências do casarão, além da capela no interior, com pé direito duplo e toques arquitetônicos bizantinos, onde estão posicionados no altar, Santo São Domingos e Nossa Senhora das Dores, em homenagem ao visconde de Rio Preto e sua esposa Maria das Dores. Outras particularidades são: trabalhos em marcenaria executados nos móveis luxuosos e pisos, pinturas, estatuetas de bronze importadas da França expostas no hall de entrada, ladrilhos e hidráulicos. O que o visitante não vai encontrar é a “senzala”, local de sofrimento dos escravos, que foi demolida após a abolição da escravatura. Após o tour, é servido um café com bolos e doces feitos no fogão a lenha. Em 2017 a Fazenda Paraízo completou 105 anos nas mãos da mesma família, onde moram e recebem visitantes. Para finalizar, vale informar, que o casarão foi o primeiro a ter iluminação a gás de carbureto no Brasil.
INFORMAÇÕES:
– Visitação somente com agendamento prévio
– E-mail: contato@fazendadoparaizo.com.br
– Telefone: (24) 2458-0093 / Celular: (24) 9859-5727
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