PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE POCONÉ (MT)
Empresas do Vale junho 11, 2019 Nenhum comentário
PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE POCONÉ (MT)
Matéria realizada na edição nº 57, periodicidade abril / maio /2014
Por: José Carlos Reis de Souza
Diretor, editor e jornalista da Revista Empresas do Vale – Negócios & Turismo.
Nos idos anos de 1777, Poconé era habitada por uma nação indígena, os “beri-poconé”, pertencentes à família dos bororos; nome este que, para os habitantes da terra, significava “água profunda do sol”.À procura de ouro e pedras preciosas, aventureiros chegaram a Cuiabá, e em seguida, invadiram o arraial dos beri-poconé, com notável sucesso na descoberta de grandes jazidas auríferas. Pelas documentações arquivadas, podemos afirmar que a Caminhada na Fé e religiosidade do povo poconeano firmou-se pelo profundo respeito e adesão às ordens emanadas da hierarquia eclesial, como também a conservando dentro de piedosas crenças e tradições, das quais, algumas perduram até hoje: procissões na festividade de São Benedito e Espírito Santo.Após esta primeira investida, muitos daqueles aventureiros retornaram ao local de origem, enquanto outros aqui se instalaram, criaram famílias, dando origem ao “caboclo” (índios e europeus), ou ainda embrenharam-se mais para o interior, vindo a descobrir o famoso Pantanal, e ali desenvolveram a criação do gado. Originou-se assim, o “homem pantaneiro, ou fazendeiro”.Tendo conhecimento da pequena povoação, começaram chegar os missionários para fazer batizados e casamentos (conforme as Atas encontradas): “com licença do Reverendo Doutor Vigário da Vara da Villa de Cuyabá”, ano de 1790.Relatórios e atas atestam que apenas em 1827, falou-se em Matriz e Vigário na pessoa do Pe. João Heitor. A povoação já passara a chamar “Arraial de Sam Pedro de El Rey”, em homenagem a D. Pedro III.Na pacata cidade, tudo era calmo, reuniam-se para as festas, e a vida fluía segundo a herança cultural indígena. Contudo, em 1933, houve um Movimento que se destacou como Revolta do Tanque Novo. Uma visionária, Doninha, atraía para o seu sítio, “Tanque Novo”, pessoas não só do local como de outras cidades, afirmando ter comunicação com a Sagrada Família. Parte do povo para lá se dirigia, levando mantimentos a pedido da “Santa”. Outros ingeriam medicamentos insanos. A cidade dividiu-se. Em parte, entrou a política. Foi solicitado um “destacamento policial” da Capital. A “Santa” foi presa. Aos poucos, tudo se apaziguou porem alguns resquícios ainda permanecem no imaginário coletivo.
Pela Bula “UniversaeOrbisEcclesias”, datada de 1892, do Papa Pio X, foi criada a Arquidiocese de Cuiabá, que pertencia, então, à Prelazia do Rio de Janeiro, e foi erigida a Diocese de São Luiz de Cáceres, passando a Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Poconé, à Diocese de São Luiz de Cáceres. Apesar da imprecisão das datas, segundo o livro “Uma Igreja na Fronteira” de Dom Máximo Biènnés, a paróquia foi criada em 1817.O primeiro padre, que se estabilizou na Paróquia, foi o capelão Domingos da Roda Abreu, em 1790, seguido por tantos outros até 1905, quando a paróquia foi assumida padres da Terceira Ordem Regular de São Francisco de Assis (TOR). Em 1958, sobressaiu a ordenação sacerdotal e 1ª missa de dois poconeanos, frei José Afonso e frei José de Lima. Entre os anos de 1973 e 2000, ainda que, com a presença de um único Sacerdote, a evangelização caminhou a passos largos. Assim foram criadas as 43 CEBs existentes na Paróquia. Formaram-se as diversas Pastorais, entre ela, a da Criança, Saúde, Família, além do grande trabalho evangelizador do Cursilho da Cristandade. Em 1984 demoliu-se a igreja antiga, e dois anos após, foi inaugurado o novo templo pra acolher o povo de Deus.Com o falecimento acidental do Frei Joaquim Tebar Fernandez, em 2009, após quase 40 anos de missão nestas terras, assumiu os trabalhos o atual pároco Frei Cristiano Piva Oshiro.
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